Na antiga portaria do espaço
conventual, podemos identificar a roda e o palratório. Eram estes elementos que
permitiam o contacto das monjas com o “resto do mundo”. A comunidade religiosa, era por essência, invisível… A vida no interior
do convento era contemplativa e de penitência e a ligação ao mundo exterior era
sempre bastante controlada.
O palratório (neste caso de duplo gradeamento) servia para as
freiras conversarem com quem as procurava. As rodas eram
cilindros giratórios com aberturas laterais, onde se colocavam crianças
enjeitadas ou fruto de ligações "inconvenientes”. Quem entregava as
crianças não era visto por quem as recebia…
De tanto ser
usada, a roda acabou por se tornar legítima, chegando a ser legalizada nos
finais do século XVIII.
Existiam
sobretudo nos mosteiros de clausura, como era o caso do Convento das Chagas de
Vila Viçosa, onde se encontrava uma comunidade de clarissas, desde a primeira
metade do século XVI.
As imagens com
os azulejos da segunda metade do século XVIII identificam a área exterior
pública, junto da portaria e as restantes, o espaço interior do convento, área
utilizada pela comunidade religiosa.
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