segunda-feira, 8 de abril de 2024

ANTIGA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DE CILADAS

 

ANTIGA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DE CILADAS

Tratava-se da freguesia mais oriental do concelho (a 6ª) e a que tinha menos população.

A leitura de alguns documentos medievais, levada a cabo pelo padre Henrique Louro, em 1967, remetia a origem do nome para  os termos “seada”, “çiada”, “selada”, que correspondiam aos termos assentada e planura pequena.

A lenda diz, por outro lado, que a designação Ciladas tem outra origem:

No tempo dos “sarracenos”, na Serra dos Coroados e junto ao Monte de Carvão, os cavaleiros cristãos armaram umas armadilhas e fizeram umas emboscadas para atacar uma caravana de mantimentos e armas de guerra dos árabes, que se encaminhavam para estas bandas. Para o efeito, os cristãos invocaram a ajuda de Nossa Senhora, fazendo votos de lhe erigir uma ermida no caso de sairem vitoriosos.

E assim foi. Com a providência mariana, conseguiram alcançar os seus intentos e, para celebrar a vitória, construiram uma pequena ermida consagrada a Nossa Senhora, com o singular título de Nossa Senhora de Ciladas.

A igreja, hoje em ruínas, está situada na Herdade de Carvão, sobre os altos de Vila Boim, aquém do Monte Coronado, que separa o concelho de Vila Viçosa do território de Elvas.

As terras de Ciladas eram muito rendosas, por serem boas terras de pão e por possuírem excelentes montados de azinho para a criação de porcos. Havia também algumas hortas e quintas, por entre o Monte Carvão e a Serra dos Coroados, que tinham laranjas de ótima qualidade. Em 1858, existia por estas bandas, mais precisamente na herdade de Carvão, uma mina de ferro e de outros metais. Desde 1871 que estava anexa eclesiasticamente a São Romão, a freguesia mais próxima.

A freguesia de Ciladas foi anexada à freguesia de São Romão em 1966, pois a sua população nesta data era já demasiado reduzida. Os seus habitantes foram residir maioritariamente para a aldeia maior.

Em Ciladas, restam apenas hoje as ruínas da vida de outrora.







 

segunda-feira, 11 de março de 2024

Freguesia de Santa Anna de Bencatel

É provável que a constituição do primeiro aglomerado populacional tenha surgido no século XVII. No século XIX, a riqueza principal desta freguesia estava nos mananciais de água. O principal era o da Lagoa, cujas águas nativas formavam uma ribeira, correndo para o poente até se despejar na ribeira do Lucefecit, com um percurso de seis quilómetros. Nas suas margens funcionavam neste período 19 azenhas de moer farinha, com os seus quintais ou hortas, onde se produziam muitas frutas e hortaliças.

No Monte D’El Rei havia também um grande manancial chamado Trincarlos, que tornava férteis aquelas terras. Em torno da aldeia os campos eram muito férteis. Afirmava o padre Espanca que melões mais saborosos do que os de Bencatel não existiam e nenhuma outra freguesia produzia mais feijão de regadio do que esta.

No século XIX, os moradores de Bencatel estavam sobretudo ligados à agricultura – lavradores, moleiros, seareiros, vinhateiros, negociantes, artistas e jornaleiros. Havia dois lagares de azeite, fabricados, o de cima, em 1835 e o de baixo em 1857. Existia uma lagareta montada em 1870 e uma escola pública para meninos fundada em 1860.


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

CILADAS E SÃO ROMÃO

 

São Romão, “aldeia branca e asseada”, é uma freguesia do concelho de Vila Viçosa, conhecida pelas suas festas, pela sua arquitetura tipicamente alentejana e pela hospitalidade das suas gentes.

O primeiro povoado surgiu provavelmente na primeira metade do século XVI, mas só em meados do século XVII a Misericórdia de Vila Viçosa fundou juridicamente a aldeia. Tinha boas terras de cultura cerealífera e os seus habitantes viviam da agricultura.

Em toda a freguesia foram encontrados, em escavações fortuitas, materiais de valor arqueológico, cerâmica romana, sepulturas lajeadas, pedras esculpidas e outros artefactos de antigas civilizações peninsulares.

Mas ainda antes de São Romão existir, havia outra freguesia, de Nossa Senhora de Ciladas, que era a 6ª do concelho e a menos populosa. No final do século XIX, eram muito rendosas as herdades do seu termo, por terem boas terras de pão e montados excelentes de azinho para a criação de porcos. As laranjas das herdades de Carvão e Coroados eram também conhecidas pela sua qualidade.

Aqui também foram encontrados vários vestígios arqueológicos, que testemunham a existência de povoados pré-históricos e romanos. A antiga freguesia de Ciladas ergueu-se à volta da igreja, hoje em ruínas.

Reza a lenda que, no tempo dos “Sarracenos”, na serra dos Coroados, os cristãos armaram umas ciladas e fizeram umas emboscadas para capturar uma grande caravana de vitualhas e mantimentos destinadas aos “mouros”.

Antes do encontro, os cristãos invocaram o auxílio a Nossa Senhora, fazendo votos de lhe erigir uma ermida, se as ciladas surtissem efeito, o que se veio a verificar. Nossa Senhora atendeu as preces e os cristãos, cumprindo a promessa, edificaram uma pequena ermida em sua honra, atribuindo-lhe o nome de Nossa Senhora de Ciladas. Foi em redor deste edifício que a povoação foi crescendo.

A freguesia de Ciladas foi anexada à freguesia de São Romão em 1966, pois a sua população nesta data era já demasiado reduzida. Os seus habitantes foram residir maioritariamente para a aldeia maior. Em Ciladas, restam apenas hoje testemunhos da vida de outrora.




domingo, 4 de fevereiro de 2024

O "RASGAR" DA AVENIDA DUQUES DE BRAGANÇA.

 VILA VIÇOSA DE OUTRAS ERAS!

O "RASGAR" DA AVENIDA DUQUES DE BRAGANÇA.
Em 1939/40, foi demolido o quarteirão de casas do velho arrabalde medieval/quinhentista situado entre a Rua do Angerino (onde nasceu Florbela Espanca) e a Rua da Praça Velha. Penso que a ideia do Ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, seria ligar, com uma artéria de maior dimensão, o Castelo e o Palácio.
Na imagem, podemos ver, no lado esquerdo, a entrada da Rua da Pascoela e no lado esquerdo, a entrada do Paço dos Lucenas. Ao fundo, o Castelo medieval, a Fortaleza Artilheira e o Santuário de Nossa Senhora da Conceição.