É
provável que a constituição do primeiro aglomerado populacional tenha surgido
no século XVII. No século XIX, a riqueza principal desta freguesia estava nos
mananciais de água. O principal era o da Lagoa, cujas águas nativas formavam
uma ribeira, correndo para o poente até se despejar na ribeira do Lucefecit,
com um percurso de seis quilómetros. Nas suas margens funcionavam neste período
19 azenhas de moer farinha, com os seus quintais ou hortas, onde se produziam
muitas frutas e hortaliças.
No Monte
D’El Rei havia também um grande manancial chamado Trincarlos, que tornava
férteis aquelas terras. Em torno da aldeia os campos eram muito férteis.
Afirmava o padre Espanca que melões mais saborosos do que os de Bencatel não
existiam e nenhuma outra freguesia produzia mais feijão de regadio do que esta.
No século
XIX, os moradores de Bencatel estavam sobretudo ligados à agricultura –
lavradores, moleiros, seareiros, vinhateiros, negociantes, artistas e
jornaleiros. Havia dois lagares de azeite, fabricados, o de cima, em 1835 e o
de baixo em 1857. Existia uma lagareta montada em 1870 e uma escola pública para
meninos fundada em 1860.