terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Homenagem a Florbela Espanca - 90 anos sobre a sua morte

 Homenagem a Florbela Espanca - 90 anos sobre a sua morte













Decorreu hoje, às 10 horas, uma singela homenagem a Florbela Espanca, passados 90 anos sobre a sua morte.
A cerimónia foi organizada por um grupo de Calipolenses e pelo Grupo "Amigos de Vila Viçosa", contando com a presença da Sociedade Filarmónica União Calipolense e com o apoio da Junta de Freguesia de Conceição - São Bartolomeu.
A deposição das coroas de flores teve lugar junto da estátua de Florbela (projeto da autoria do escultor Raul Xavier, com plinto do arquiteto Raul David) na Praça da República em Vila Viçosa,

90 anos da morte de Florbela Espanca

 Florbela Espanca - 90 anos da sua morte | Tribuna Alentejo

domingo, 15 de novembro de 2020

Praça da República II

 

Antiga Praça Nova, Largo de São Bartolomeu, Praça D. Amélia e actual Praça da República. A Fonte das Bicas ficava quase em frente da Câmara Municipal, um projeto do século XVIII, da autoria do arquiteto elvense José Francisco de Abreu. Era neste espaço que se realizavam os mercados semanais em Vila Viçosa. No topo da Praça, a Igreja do Colégio dos Jesuítas (Igreja de São João Evangelista), conhecida por todos como Igreja de São Bartolomeu. @ Grupo "Amigos de Vila Viçosa"




PRAÇA DA REPÚBLICA - VILA VIÇOSA

 

Antes das intervenções da DGEMN (Direção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais) em 1939/40 e da Avenida Duques de Bragança e Praça da República, existia um arrabalde medieval fora das muralhas da Cerca Velha.

O referido quarteirão central da imagem foi “esventrado” para a criação de uma praça monumental, no âmbito das duplas comemorações da Independência Nacional e da Restauração, em 1940.

Vila Viçosa foi um dos “palcos” privilegiados dessa ação politica. O Castelo foi intervencionado, foi desenhada a Avenida Duques de Bragança e a Praça da República foi criada.

O principal ideólogo dessa medida foi o Eng. Duarte Pacheco, Ministro das Obras Públicas do Estado Novo, num âmbito dum processo considerado hoje bastante polémico e controverso.

Teria sido melhor manter o casario original, ou a Praça, tal como a conhecemos, foi a melhor alternativa?! As opiniões dividem-se.






sábado, 14 de novembro de 2020

Antiga Rua da Corredoura

 Antiga Rua da Corredoura, actual Rua Florbela Espanca, no dia 28 de Abril de 1935




LARGO DA SABOARIA

 Antigo Largo da Saboaria (actual Largo Mariano Prezado), no dia 28 de Abril de 1935.

Nesta data teve lugar uma procissão dedicada a Nossa Senhora da Conceição, com a presença do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Cerejeira @ Grupo "Amigos de Vila Viçosa"



FORTE DO CONDE

 FORTE DO CONDE - HERDADE DO FORTE DO FERRAGUDO - Freguesia de Ciladas /São Romão

Fundado no século XVII, durante as Guerras da Restauração, pelo capitão de cavalos, André Mendes Lobo
@Túlio Espanca



Vila Viçosa de outras eras - III

 Antiga Rua da Corredoura (posteriormente, Rua D. Carlos I e Dr. Oliveira Salazar), actual Rua Florbela Espanca, início do século XX @Grupo "Amigos de Vila Viçosa"

Convento de Santa Cruz (do século XVI), do lado direito da imagem, onde nesta época estava instalada a Sociedade Artística Calipolense (desde 1892) e o Clube Literário e Recreativo (inaugurado em 1891).





Vila Viçosa de outras eras - II

 Nesta tarde de confinamento, vou resgatar algumas memórias de Vila Viçosa, registadas em fotografias do início do século XX por Bonfilho Faria, um calipolense que foi feito prisioneiro na I Guerra Mundial e que era um canteiro/escultor de mármore muito conceituado, especializado em arte funerária.

Na imagem, a Praça D. Amélia (hoje Praça da República), frente à Igreja de São João Evangelista (Igreja do Colégio dos Jesuítas, conhecida como Igreja de São Bartolomeu) @Grupo "Amigos de Vila Viçosa"



Vila Viçosa de outras eras

 Um qualquer inverno do princípio do século XX, no Largo do Carrascal (Campo da Restauração), entre a Igreja da Lapa e a Estação dos Caminhos de Ferro @ Grupo "Amigos de Vila Viçosa"

Foto captada por Bonfilho Faria, provavelmente em 1905, data da inauguração da Estação dos Caminhos de Ferro.




sexta-feira, 13 de novembro de 2020

LUGARES CALIPOLENSES COM HISTÓRIA - QUINTA DO PAUL

 

Situada a cerca de dois quilómetros de Vila Viçosa, nos coutos orientais, alcançando-se pela antiga estrada do Alandroal, a Quinta do Paul foi fundada por volta de 1784 por D. João de Faro, da Casa dos Lucenas de Peixinhos, tesoureiro-mor da Capela Real, mais tarde Conde do Vimieiro por morte do seu irmão D. Sancho de Faro e Sousa.

Na medida em que não tinha ordens sacras, D. João de Faro casou em 1792 com D. Joana Eulália Freire de Andrade, irmã do Conde de Bobadela, Gomes Freire.

As terras, que pertenciam à Casa de Bragança, foram-lhe cedidas pelo Príncipe Regente D. João VI e ampliadas com um ferragial que adquiriu ao sargento –mor de ordenanças da vila, Manuel António Viegas.

Em meados do século XIX, a propriedade foi adquirida pelo espanhol José Maria Alvarez, que muito a ampliou no domínio agrícola e lhe refez, quase totalmente, a casa de habitação de sobrados com os seus cunhais de discos naturalistas de alvenaria e abraçou o casario por muretes de grilhagem de tijolo.

Da época primitiva parecem ser os balcões férreos, forjados, do tipo corrente no estilo Luís XVI, que guarnecem as sacadas do lado setentrional.

Maior interesse oferecem os casões sobranceiros, das cocheiras, casas da malta e cavalariça terminal, esta de corpo avançado, os quais são constituídos por um bloco de cinco pavilhões interligados, de arcadas cegas, com empenas triangulares, decorados por tabelas flóricas, lóculos e outros ornatos neoclássicos, relevados. Rodapés geometrizantes, de alvenaria e tons gerais de escaiolas marmoreadas. Pitoresca chaminé em forma cilíndrica, de andares, completa o conjunto. A quinta teve, em tempos, estimados jardins com lagos e arbustos de espinho.


BIBLIOGRAFIA

ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Zona Sul, vol. I, Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1978, pp 666










terça-feira, 10 de novembro de 2020

HISTÓRIA DO PAÇO-QUINTA DE PEIXINHOS

 

Foi cabeça de um importante morgado[1] instituído pelo secretário da Duquesa D. Catarina de Bragança, Dr. Afonso de Lucena, em 1596.

A casa foi confiscada para a Coroa portuguesa depois de 1640, pelo Rei D. João IV (8º Duque de Bragança), porque a família Lucena se colocou do lado do Rei Espanhol Filipe IV, nas Guerras da Restauração em Portugal[2].

Antes dessa data, devido a problemas com D. Luísa de Gusmão, (esposa do oitavo Duque de Bragança, D. João – futuro rei de Portugal D. João IV), instalaram-se em Peixinhos, em 1633, os irmãos deste, D. Duarte e D. Alexandre, antes de partirem para uma longa peregrinação a Guadalupe, em Espanha. D. Alexandre regressou, falecendo em 1637 e D. Duarte passou ao serviço do Imperador da Alemanha Fernando III, participando na Guerra dos Trinta Anos e morrendo torturado no Castelo de Milão.

Em Peixinhos viveu alguns anos e morreu em 1676 o cônsul da Flandres em Portugal, Venant de La Masurem conhecido na terra como o estrangeiro de Peixinhos.

Neste tempo, o paço-quinta de Peixinhos era considerado sumptuoso pelos habitantes de Vila Viçosa e estava totalmente murado e nas suas terras havia um castanhal, coelheira, horta, pomar, vinhas, olival e terras de semeadura.

A restituição dos bens do morgadio à família Lucena foi feita pelo Rei D. João V, em 1720, acabando a propriedade por ser entregue a D. Bernardo António de Lucena.

Em 1729, quando a corte do Rei D. João V se deslocou ao Caia para a Cerimónia da Troca de Princesas (uma troca de casamentos entre uma princesa espanhola, D. Mariana Vitória, que casou com D. José, filho de D. João V e a sua filha, D. Bárbara de Bragança, casou com o D. Fernando, filho do rei espanhol), hospedou-se em Peixinhos o Cardeal D. Tomaz de Almeida, com todo o Cabido Patriarcal.

Oito anos depois, D. Bernardo de Lucena arrendou Peixinhos ao Conde de Riviére, Coronel de Dragões e a seu filho, D. Francisco de Riviére, capitão de cavalos

Na Quinta de Peixinhos viveu D. Joaquim Eugénio de Lucena Almeida Noronha, herdeiro de D. Bernardo, que manteve o solar e os seus anexos bem conservados, até que o último titular, D. Martinho de Lucena, em 1878, se viu alienado de todos os bens em hasta pública de execução por dívidas, em benefício de um negociante de Lisboa, Adolfo de Lima Mayer.

A propriedade, que está situada nas imediações da vila, foi adquirida em 1930 pelo conde de Monte Real, Artur Porto de Melo e Faro, que procedeu ao completo restauro do velho e quase perdido solar rústico do século XVII, incluindo a Ermida de Santo Ildefonso.

O edifício palaciego foi totalmente reerguido em 1936-37, obedecendo a um critério artístico discutível, que pretendeu obedecer nas linhas gerais aos alicerces subsistentes.

Em 1945, por morte deste titular, o recuperado imóvel passou para a sua filha e herdeira D. Maria da Luz de Melo e Faro, casada com D. Diogo de Fonseca Passanha, casal que o manteve até cerca de 1975, composto por um vasto recheio de antigas artes decorativas portuguesas dos séculos XVII -XIX, nomeadamente móveis barrocos e neoclássicos, porcelanas da China, Companhia das Índias e Cantão, secção de armaria branca e de fogo, disposta em recetáculos próprios, prataria, uma liteira seiscentista da Casa dos Faros e Lucena, uma boa coleção de estampas franceses, pinturas a óleo sobre tela, com naturezas mortas e retratos de elementos da família Lucena, e ainda um curioso núcleo de aguarelas do Rei D. Carlos, assim como arte religiosa[3].

Outro interesse patrimonial da Quinta de Peixinhos é a nora do século XVII que, através de aqueduto de alvenaria, transportava a água para a cozinha do edifício. A nora era movida por um possante boi, noutros tempos. Trata-se de uma construção vultuosa, erguida no antigo pomar[4] e lançada em planta quadrangular, rasgada internamente por cinco tramos de arcadas de volta plena, de grande dimensão, reforçadas na parte sul por botaréus inclinados, de grossa alvenaria e coroamento de pináculos piramidais.

No topo elevado a norte, no muro da quinta, dominando a panorâmica de Vila Viçosa, encontra-se a primitiva CRUZ DE PEIXINHOS, de mármore.

A sul do Paço, encontra-se a Ermida de Santo Ildefonso, que alcançou o final do século XIX num relativo estado de conservação, tendo sofrido um profanação nos primeiros anos do século XX.

O edifício religioso foi fundado no início do século XVII pelos donatários Dr. Afonso de Lucena e sua mulher D. Isabel de Almeida, tendo sido aberta ao culto após licença dada pelo Arcebispo de Évora D. Alexandre de Bragança a 21 de Abril de 1605, quando o prelado se encontrava no Paço de Vila Viçosa, com o seu irmão, o sétimo Duque de Bragança D. Teodósio II.

A Ermida obedece, em planta, ao modelo da Ermida de São João do Carrascal, com disposição em cruz grega. A fachada tem um portal de mármore trabalhado, com jambas, vergas duplas e frontão triangular, mantendo a linha original. O pavimento conserva o piso de mármore da época da fundação.

No seu interior encontravam-se as imagens de Santo António e da Virgem Maria, de madeira estofada e dourada, assim como um painel a óleo sobre tela do Calvário do século XVIII.

Destacava-se também um precioso busto em alabastro de D. José Maria da Fonseca e Évora, Bispo do Porto, Embaixador do Rei D. João V em Roma e grande mecenas da cultura sagrada, parente dos Lucenas e promotor da sua restituição ao reino.

No espaço central da rua ajardinada, que teve bancos de repouso, latadas e canteiros de buxo tosquiado, encontra-se, de proveniência desconhecida e colocada no local pelos Condes de Monte Real, uma curiosa fonte de mármore branco de estilo Renascença.

Em 2012, o Aldeamento de Peixinhos, uma unidade turística construída de raiz nas proximidades do Paço e inaugurada em 2004, fechou as portas.

Trata-se de um equipamento que inclui 24 apartamentos T1 e dois T3, dispostos em dois blocos. A unidade turística integrava ainda piscinas, envolvidas por um vasto relvado, campo de ténis e um restaurante. O complexo incluía também uma casa de turismo de habitação (o Paço de Peixinhos) com oito quartos.

 

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

 

ESPANCA, Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, IV, pp 62, 429-30 

ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Zona Sul, vol. I, Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1978, pp 663-666

 

  

Vila Viçosa, 8 de Novembro de 2020

 

Tiago Salgueiro



[1]Vínculo inalienável e indivisível que se transmitia numa família, de primogénito em primogénito.

[2] Francisco de Lucena foi secretário do Conselho de Portugal na corte filipina e foi vítima do célebre processo de 1643, que o levou ao patíbulo na Ribeira de Lisboa.

[3] Todas estas coleções foram vendidas quando D. José de Passanha, filho dos últimos proprietários, entrou em insolvência

[4] ESPANCA, Túlio, Paço Quinta de Peixinhos e Ermida de Santo Ildefonso, in A Cidade de Évora, nº 57, pp.273-278.


                                                           Entrada principal do Paço

                                                                       Aqueduto


                                                            Aldeamento de Peixinhos

sábado, 1 de agosto de 2020

FARMÁCIA MONTE - UM TEMPLO DA CIÊNCIA

FARMÁCIA MONTE – Um Templo da Ciência!

No dia 1 de Agosto de 1912 (há 108 anos), era inaugurada, em Vila Viçosa, a FARMÁCIA MONTE, uma secular Instituição calipolense que ainda hoje se mantém em atividade, em novas e modernas instalações.

Já lancei este desafio aos proprietários, à Câmara Municipal e ao Museu da Farmácia: porque não criar, no edifício original, uma espaço museológico, que pudesse contar a história da Farmácia e proporcionar uma experiência única aos visitantes? Com a colaboração de todos, seria possível concretizar esta ideia.

Por razões de investigação, visitei o espaço e fiquei fascinado!

O acervo original está intacto e muito bem conservado, com destaque para a frascaria, os instrumentos e utensílios para a manipulação dos medicamentos e um acervo documental riquíssimo. Há interesse e disponibilidade, por parte dos proprietários, em criar um projeto patrimonial atrativo, que iria seguramente ser um sucesso!

Com a criação de um circuito de visitas guiadas, seria possível saber como eram feitos os medicamentos, os produtos utilizados para a sua conceção, assim como o dia-a-dia de uma farmácia ao longo do século XX.

Nesta data comemorativa, aproveito para dar os parabéns à Família Monte pela forma como sempre preservou este magnífico espólio!

 


quinta-feira, 30 de julho de 2020

MARTIM AFONSO DE SOUSA NO PORTAL BONIFÁCIO - BRASIL

O Dr. Aldo Rebelo, jornalista, antigo deputado, ex-Ministro da Defesa, da Ciência e Tecnologia e Esportes do Brasil e ex-Presidente da Câmara dos Deputados, convidou-me a escrever um artigo sobre o calipolense Martim Afonso de Sousa, para o Portal Bonifácio.

Martim Afonso de Sousa é um nome incontornável da Expansão Portuguesa do século XVI e uma referência fundamental da história do Brasil. O Portal Bonifácio é uma iniciativa do Instituto Bonifácio e assume-se como  uma plataforma de união de todas as forças políticas, sociais, económicas que contenham uma vertente de apoio a um projeto nacional de desenvolvimento, autónomo, democrático e socialmente avançado no Brasil.

Curiosamente, o Dr. Aldo Rebelo nasceu em Viçosa, no estado de Alagoas.


https://bonifacio.net.br/martim-afonso-de-sousa-um-fidalgo-calipolense-que-fez-historia-no-brasil/

quarta-feira, 22 de julho de 2020

CALLIPOLE SUBTERRÂNEA

Vila Viçosa esconde verdadeiros tesouros nas suas profundezas. Este será talvez o mais impressionante!
Trata-se de uma cisterna, provavelmente do século XVII, situada em pleno centro histórico, com uma nascente incorporada. Para além da profundidade (cerca de 10 metros), possui também uma mezanine, plataforma circulável intermédia, elevada em relação ao nível da mina, semelhante à que existe na Casa de Fresco dos Sanches de Baena. A estrutura construtiva é em tudo semelhante às outras cisternas já identificadas e inventariadas: arcos em abóbada de tijoleira e paredes em alvenaria.
Todos os elementos estão em excelente estado de conservação.
Esta semelhança leva a supor que, no seu interior, terão existido pinturas a fresco, entretanto desaparecidas. Contamos já com cerca de 20 estruturas hidráulicas subterrâneas na localidade!

Por razões de segurança e confidencialidade, não revelamos a localização exata desta cisterna. Agradecemos a vossa compreensão!