sexta-feira, 13 de novembro de 2020

LUGARES CALIPOLENSES COM HISTÓRIA - QUINTA DO PAUL

 

Situada a cerca de dois quilómetros de Vila Viçosa, nos coutos orientais, alcançando-se pela antiga estrada do Alandroal, a Quinta do Paul foi fundada por volta de 1784 por D. João de Faro, da Casa dos Lucenas de Peixinhos, tesoureiro-mor da Capela Real, mais tarde Conde do Vimieiro por morte do seu irmão D. Sancho de Faro e Sousa.

Na medida em que não tinha ordens sacras, D. João de Faro casou em 1792 com D. Joana Eulália Freire de Andrade, irmã do Conde de Bobadela, Gomes Freire.

As terras, que pertenciam à Casa de Bragança, foram-lhe cedidas pelo Príncipe Regente D. João VI e ampliadas com um ferragial que adquiriu ao sargento –mor de ordenanças da vila, Manuel António Viegas.

Em meados do século XIX, a propriedade foi adquirida pelo espanhol José Maria Alvarez, que muito a ampliou no domínio agrícola e lhe refez, quase totalmente, a casa de habitação de sobrados com os seus cunhais de discos naturalistas de alvenaria e abraçou o casario por muretes de grilhagem de tijolo.

Da época primitiva parecem ser os balcões férreos, forjados, do tipo corrente no estilo Luís XVI, que guarnecem as sacadas do lado setentrional.

Maior interesse oferecem os casões sobranceiros, das cocheiras, casas da malta e cavalariça terminal, esta de corpo avançado, os quais são constituídos por um bloco de cinco pavilhões interligados, de arcadas cegas, com empenas triangulares, decorados por tabelas flóricas, lóculos e outros ornatos neoclássicos, relevados. Rodapés geometrizantes, de alvenaria e tons gerais de escaiolas marmoreadas. Pitoresca chaminé em forma cilíndrica, de andares, completa o conjunto. A quinta teve, em tempos, estimados jardins com lagos e arbustos de espinho.


BIBLIOGRAFIA

ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Zona Sul, vol. I, Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1978, pp 666










2 comentários:

  1. Joao Carlos Alvares Moreira da Fonseca26 de outubro de 2022 às 08:24

    Boa tarde
    Esta quinta foi vendida por D Joao de Faro ao padre Joaquim Galão seu sucessor na capela real. Este mesmo padre Joaquim Galão veio a ser nomeado por D joão VI para professor de musica das infantas pelo que foi para Lisboa e não pode usufruir do seu patrimonio em Vila Viçosa.
    Em 1859 os descendentes do mesmo P Galão vendem a Jose Maria Álvares , proprietario e negociante de vinhos da vila de Borba , a mesma propriedade.
    Trata se de um Portugues de origem Espanhola mas nascido em Portugal. Adquiriu varios ferragiais e propriedades confinantes com os quais engrandeceu a quinta.
    O Paúl ( como é denominado na escritura de compra em 1859) mantem se ainda na mesma familia após 6 gerações.

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