Vila
Viçosa teve, ao longo do tempo, uma significativa importância a nível da
olivicultura. Desde a Idade Média que o termo de Vila Viçosa era conhecido pela
existência de significativas áreas de olival, que produziam azeitonas de boa
qualidade.
Nesse
sentido, a produção de azeite era uma das atividades socioeconómicas de maior
relevância.
No século XVII, estava em funções um lagar de azeite na Rua de Fora, fundado por Manuel Serrão (falecido em 1628), irmão do organista da Capela Ducal, Diogo Serrão.
A sua filha Isabel e o genro, Luís Gomes Castanho, continuaram essa exploração ao longo do século XVII.
No século XVII, estava em funções um lagar de azeite na Rua de Fora, fundado por Manuel Serrão (falecido em 1628), irmão do organista da Capela Ducal, Diogo Serrão.
A sua filha Isabel e o genro, Luís Gomes Castanho, continuaram essa exploração ao longo do século XVII.
Em 1890,
existiam na localidade cinco lagares de azeite (que serviam também de azenhas
para a moagem de cereais), nos seguintes locais:
Pelames
(no caminho para o Largo dos Capuchos, onde estavam também localizadas quatro
fábricas de curtumes)
Porto de
Elvas (junto da Ermida de Nossa Senhora do Paraíso)
Azenhas
do Paraíso (próximo do anterior)
Engenho
de Ferro (no caminho para o Moinho de Papel)
Buraco do
Corregedor (situado junto da Carreira das Nogueiras e da Rua da Cruz, era um
dos lagares mais antigos, que pertencera a João Tomé, meirinho[1]
de D. Teodósio II, sétimo Duque de Bragança e que foi feito prisioneiro,
juntamente com o Duque, na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578).
Era o
Ribeiro do Beiçudo que fazia mover todos os lagares mencionados nesta zona de
Vila Viçosa.
Nos lagares do Buraco do Corregedor, Pelames e Porto de Elvas, era feita a moagem de cereais durante o resto do ano, depois da campanha da azeitona.
Nos lagares do Buraco do Corregedor, Pelames e Porto de Elvas, era feita a moagem de cereais durante o resto do ano, depois da campanha da azeitona.
Na zona
do Rossio de São Paulo (atual largo D. João IV), existiam mais três lagares de
azeite, no século XIX, mencionados pelo Padre Espanca. Eram movidos pelas águas
do Ribeiro do Rossio. Este curso de águas era conhecido, no final do século
XVIII, como o Rio das Sete Pontes (pontes essas que perduraram até ao final do
século XIX).
[1]
Oficial de justiça. Tinha como função executar prisões, citações, penhoras e mandados
judiciais.
Ermida de Nossa Senhora do Paraíso (nas proximidades ficavam os lagares das Azenhas do Paraíso e Porto de Elvas)
Rossio de São Paulo (A Ribeira do Rossio atravessava este espaço e aqui existiam três lagares no século XIX. Era também conhecida por Rio das Sete Pontes. Uma dessas pontes é visível na imagem)
Pelames
Paraíso, junto da passagem da Ribeira do Beiçudo
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
ESPANCA,
Padre Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, 36 cads., Câmara
Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992.
Idem, Compêndio
de notícias de Villa Viçosa: província do Alentejo, Typ. De Francisco de Paula
Oliveira Carvalho, Redondo, 1892 (HG 13830 V.)
ESPANCA, Túlio - Inventário
Artístico de Portugal – Distrito de Évora, Zona Sul, vol. I, Academia
Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1978.
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