sexta-feira, 24 de março de 2017

A RODA E O PALRATÓRIO DO CONVENTO DAS CHAGAS

Na antiga portaria do espaço conventual, podemos identificar a roda e o palratório. Eram estes elementos que permitiam o contacto das monjas com o “resto do mundo”. A comunidade religiosa, era por essência, invisível… A vida no interior do convento era contemplativa e de penitência e a ligação ao mundo exterior era sempre bastante controlada.

O palratório (neste caso de duplo gradeamento) servia para as freiras conversarem com quem as procurava. As rodas eram cilindros giratórios com aberturas laterais, onde se colocavam crianças enjeitadas ou fruto de ligações "inconvenientes”. Quem entregava as crianças não era visto por quem as recebia…

De tanto ser usada, a roda acabou por se tornar legítima, chegando a ser legalizada nos finais do século XVIII.
Existiam sobretudo nos mosteiros de clausura, como era o caso do Convento das Chagas de Vila Viçosa, onde se encontrava uma comunidade de clarissas, desde a primeira metade do século XVI.


As imagens com os azulejos da segunda metade do século XVIII identificam a área exterior pública, junto da portaria e as restantes, o espaço interior do convento, área utilizada pela comunidade religiosa.






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