REDE DE CONTRAMINAS DA QUINTA DAS VELHAS
1 - Chafariz do Santos
Lugar de partilha sobre a História e as histórias da "Cidade Ideal em Mármore"
REDE DE CONTRAMINAS DA QUINTA DAS VELHAS
1 - Chafariz do Santos
Esta
é a grande festa em honra de Nossa Senhora da Piedade e Senhor Jesus dos Aflitos, realizada
anualmente no terreiro defronte da igreja do Convento dos Capuchos, no segundo
fim-de-semana do mês de Setembro, desde 1863.
Na sua génese foram as esmolas dos fiéis que a sustentaram, por iniciativa de Matias Reixa, com o apoio de Adrião Rainho, pirotécnico que participava nas festividades do Senhor da Piedade em Elvas.
Inicialmente, a festividade religiosa era feita num dia, culminando com procissão, não faltando um grande arraial de véspera, com música, fogo-de-artifício e tourada durante a tarde dominical. Na sua essência, as Festas mantêm-se com o mesmo formato, com o largo a ser preenchido por barraquinhas de comes e bebes e diversões, com muita música e boa disposição à mistura. Eram muitos os romeiros que para aqui se deslocavam, com as suas famílias, provenientes de todos os cantos do Alentejo, nos carros de canudo ou churriões.
Trata-se
de uma tradição antiga em que o convívio e a alegria vincam os traços dos rostos
das inúmeras pessoas que, atualmente, durante vários dias, enchem por completo
o recinto das festividades. Nos nossos dias, trata-se de um momento de
reencontro dos Calipolenses que andam pelas quatro partidas do Mundo e que
regressam nesta data, celebrando a identidade muito genuína da Princesa do
Alentejo.
Antigo Mercado
Municipal de Vila Viçosa
Em 1990, o edifício do Mercado das Carnes e Peixes, obra não
classificada, mas considerada de interesse patrimonial, foi demolido, para dar
lugar ao atual Mercado Municipal de Vila Viçosa.
A forma original do antigo imóvel em cruz e com cantaria
maciça, toda em mármore, como peça construtiva, projetada pelos irmãos Rebelo
de Andrade em 1939, quando se iniciaram as grandes intervenções do Estado Novo
em Vila Viçosa, era na época um local de grande interesse arquitetónico e uma
referência na localidade.
Nas quartas-feiras, dia do mercado semanal, sobretudo nos
anos 60 e 90 do século XX, era grande a afluência de público ao local, onde se
juntavam outros vendedores e almocreves vindos da região, expondo na via pública
os seus artigos, entre os quais se destacavam as peças de cerâmica, os metais e
a cestaria de vime.
Os autores da obra do Mercado eram uns dos mais
representativos elementos da história da arquitetura portuguesa do século XX,
designadamente no período do Estado Novo (o designado estilo “Português Suave”),
tendo sido os responsáveis pelos projetos do Arsenal do Alfeite, a Fonte
Luminosa, o Museu Nacional de Arte Antiga e o Pavilhão Carlos Lopes.
Em Vila Viçosa, deixaram igualmente a sua marca no Cine-Teatro
Florbela Espanca e no antigo Grémio da Lavoura, na Avenida Duques de Bragança.
Alguns calipolenses, na época, defenderam a integração desta
peça arquitetónica no projeto do novo Mercado, que era essencial para dar
resposta às necessidades da população, embora esse pedido não tenha sido tido
em linha de conta. O antigo Mercado acabou mesmo por ser demolido. Há quem diga
que as pedras da construção foram numeradas depois desse processo e levadas
para parte incerta. Mas é um mistério que permanece…
ANTIGA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DE CILADAS
Tratava-se da freguesia mais oriental do concelho (a 6ª) e a que tinha
menos população.
A leitura de alguns documentos medievais, levada a cabo pelo padre Henrique
Louro, em 1967, remetia a origem do nome para
os termos “seada”, “çiada”, “selada”, que correspondiam aos termos
assentada e planura pequena.
A lenda diz, por outro lado, que a designação Ciladas tem outra origem:
No tempo dos “sarracenos”, na Serra dos Coroados e junto ao Monte de
Carvão, os cavaleiros cristãos armaram umas armadilhas e fizeram umas
emboscadas para atacar uma caravana de mantimentos e armas de guerra dos árabes,
que se encaminhavam para estas bandas. Para o efeito, os cristãos invocaram a
ajuda de Nossa Senhora, fazendo votos de lhe erigir uma ermida no caso de sairem
vitoriosos.
E assim foi. Com a providência mariana, conseguiram alcançar os seus
intentos e, para celebrar a vitória, construiram uma pequena ermida consagrada
a Nossa Senhora, com o singular título de Nossa Senhora de Ciladas.
A igreja, hoje em ruínas, está situada na Herdade de Carvão, sobre os altos
de Vila Boim, aquém do Monte Coronado, que separa o concelho de Vila Viçosa do
território de Elvas.
As terras de Ciladas eram muito rendosas, por serem boas terras de pão e
por possuírem excelentes montados de azinho para a criação de porcos. Havia
também algumas hortas e quintas, por entre o Monte Carvão e a Serra dos
Coroados, que tinham laranjas de ótima qualidade. Em 1858, existia por estas
bandas, mais precisamente na herdade de Carvão, uma mina de ferro e de outros
metais. Desde 1871 que estava anexa eclesiasticamente a São Romão, a freguesia
mais próxima.
A freguesia de Ciladas foi anexada à
freguesia de São Romão em 1966, pois a sua população nesta data era já
demasiado reduzida. Os seus habitantes foram residir maioritariamente para a
aldeia maior.
Em Ciladas, restam apenas hoje as ruínas
da vida de outrora.
É
provável que a constituição do primeiro aglomerado populacional tenha surgido
no século XVII. No século XIX, a riqueza principal desta freguesia estava nos
mananciais de água. O principal era o da Lagoa, cujas águas nativas formavam
uma ribeira, correndo para o poente até se despejar na ribeira do Lucefecit,
com um percurso de seis quilómetros. Nas suas margens funcionavam neste período
19 azenhas de moer farinha, com os seus quintais ou hortas, onde se produziam
muitas frutas e hortaliças.
No Monte
D’El Rei havia também um grande manancial chamado Trincarlos, que tornava
férteis aquelas terras. Em torno da aldeia os campos eram muito férteis.
Afirmava o padre Espanca que melões mais saborosos do que os de Bencatel não
existiam e nenhuma outra freguesia produzia mais feijão de regadio do que esta.
No século
XIX, os moradores de Bencatel estavam sobretudo ligados à agricultura –
lavradores, moleiros, seareiros, vinhateiros, negociantes, artistas e
jornaleiros. Havia dois lagares de azeite, fabricados, o de cima, em 1835 e o
de baixo em 1857. Existia uma lagareta montada em 1870 e uma escola pública para
meninos fundada em 1860.
São Romão, “aldeia branca e
asseada”, é uma freguesia do concelho de Vila Viçosa, conhecida pelas suas
festas, pela sua arquitetura tipicamente alentejana e pela hospitalidade das
suas gentes.
O primeiro povoado surgiu
provavelmente na primeira metade do século XVI, mas só em meados do século XVII
a Misericórdia de Vila Viçosa fundou juridicamente a aldeia. Tinha boas terras
de cultura cerealífera e os seus habitantes viviam da agricultura.
Em toda a freguesia foram encontrados,
em escavações fortuitas, materiais de valor arqueológico, cerâmica romana,
sepulturas lajeadas, pedras esculpidas e outros artefactos de antigas
civilizações peninsulares.
Mas ainda antes de São Romão existir,
havia outra freguesia, de Nossa Senhora de Ciladas, que era a 6ª do concelho e
a menos populosa. No final do século XIX, eram muito rendosas as herdades do
seu termo, por terem boas terras de pão e montados excelentes de azinho para a
criação de porcos. As laranjas das herdades de Carvão e Coroados eram também
conhecidas pela sua qualidade.
Aqui também foram encontrados
vários vestígios arqueológicos, que testemunham a existência de povoados
pré-históricos e romanos. A antiga freguesia de Ciladas ergueu-se à volta da
igreja, hoje em ruínas.
Reza a lenda que, no tempo dos “Sarracenos”,
na serra dos Coroados, os cristãos armaram umas ciladas e fizeram umas emboscadas
para capturar uma grande caravana de vitualhas e mantimentos destinadas aos “mouros”.
Antes do encontro, os cristãos
invocaram o auxílio a Nossa Senhora, fazendo votos de lhe erigir uma ermida, se
as ciladas surtissem efeito, o que se veio a verificar. Nossa Senhora atendeu
as preces e os cristãos, cumprindo a promessa, edificaram uma pequena ermida em
sua honra, atribuindo-lhe o nome de Nossa Senhora de Ciladas. Foi em redor
deste edifício que a povoação foi crescendo.
A freguesia de Ciladas foi
anexada à freguesia de São Romão em 1966, pois a sua população nesta data era
já demasiado reduzida. Os seus habitantes foram residir maioritariamente para a
aldeia maior. Em Ciladas, restam apenas hoje testemunhos da vida de outrora.
VILA VIÇOSA DE OUTRAS ERAS!